Acordar o Chão

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Acordar o chão é uma projeção das conchas, da terra e das folhas sobre o corpo humano. As confluências e o protagonismo dos entes viventes não-humanos que também têm histórias, memórias, vivências e expressividades fundamentais para a formação da sociedade em que vivemos, embora quase sempre ignoradas. Ambientada no Sítio Escola Sambaqui do São Bento, a performance é uma dança com as conchas e os sambaquieiros, primeiros ancestrais que se fundamentaram nos territórios periféricos banhados pela Baía da Guanabara. Acordar o chão também é um acordo de cura. É o corpo humano se fundindo e se confundindo com o chão, formando um corpo-concha, um corpo-terra e um corpo-folha. Esses corpos dançam! Esses corpos curam! O acordo que fazemos com um chão de ancestralidade cura os traumas da colonialidade e permite outras expressões das histórias de violência e dominação. Esses corpos são descolonizados e descolonizadores, prontos para curar aqueles interessados em reconhecer e transformar as mazelas de uma sociedade que, duzentos anos depois, ainda não concluiu a sua própria independência.

Artista performer: Giselle Motta
Direção: Nielson Bezerra

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